Terminada a licenciatura questionei-me inúmeras vezes: e agora? Mestrado? Trabalhar? Estagiar? E sim, esta é uma decisão muito complicada de se tomar, não há certo nem errado, temos simplesmente de arriscar na opção que achamos que se vai encaixar melhor.
Eu decidi estagiar: candidatei-me para a Liberty Seguros, enviei o meu CV juntamente com uma carta de motivação através da plataforma JobTeaser que o ISEG nos providenciou. Fui chamada para a entrevista: primeiro falei com uma rapariga dos recursos humanos, de seguida foi me proposto um case study (algo bastante técnico relacionado com Data Science cujo tema ainda era um 0 na minha vida) com o objetivo de avaliar a minha escrita em inglês e a minha lógica ao tentar solucionar um problema, que para mim era impossível (na altura). De seguida o meu futuro chefe entra na sala e iniciou-se uma conversa (não senti de todo que fosse uma entrevista formal).
Recebi um “sim” passado uns tempos e, em setembro, iniciei o estágio. A equipa era formada por 6 pessoas (eu incluída) e surpreendentemente simpáticas e acessíveis. Não estava à espera de sentir tão boa vibe logo no início. Não existe a mentalidade de trabalhar sem parar 8 horas seguidas, pelo contrário: há pausas diariamente para conversas banais e para rir. Não existe um supervisionamento rígido, há margem para errar, para perguntar, para pedir ajuda. Sempre senti grande admiração pela forma como o meu chefe geria a sua equipa, além de ser provavelmente a pessoa mais inteligente que conheço, também sabe ter uma posição super descontraída que nos meta à vontade de uma forma não desleixada. E era mesmo isto que procurava num estágio. Outro ponto (super) alto foi a possibilidade de poder ir vestida como queria: é um sonho poder ir de ténis, calças de ganga e t-shirt para o trabalho, não me consigo imaginar durante tantas horas em roupa desconfortável.
Agora tenho uns standars muito mais elevados para eleger o meu local de trabalho, sei que perguntas fazer numa futura entrevista pois já sei o que procuro numa empresa.
Em termos mais técnicos, este estágio fez-me perceber qual o rumo que quero dar à minha carreira profissional e também que mestrado tirar no futuro. Tenho muitas mais ferramentas para avaliar os planos curriculares dos mestrados e perceber o que é que as cadeiras realmente vão ensiar e quais os planos que melhor culminam as minhas falhas. Na Liberty tive acesso a trabalhar com imensas tecnologias diferentes, desde R e Python, a ferramnetas mais analíticas e visuais como o SAS e o PBI, entre outras.
Mas a verdade é que te vais sentir perdido muitas vezes, vais ter de sair da tua zona de conforto e admitir que não fazes ideia do que é que os teus colegas de trabalho estão a falar. Mas é isto, é este o objetivo do estágio. Se fosse para ser fácil ficava em casa a ver vídeos de formigas a construirem uma cidade em areia.