Trio d'Ataque ao Mercado de Trabalho

Diogo Joaquim Norte

Vice – Presidente do IBC

25 de fevereiro de 2022

Sou um estudante licenciado em Economia que, em vez de querer fazer de imediato um Mestrado, decidiu fazer um interregno no seu percurso académico e “aventurar-se” no mercado de trabalho. Como seria de esperar senti dificuldades nesta fase do meu percurso, o que exigiu uma postura mais atacante para lidar com as mesmas.

Entendo que, à primeira vista, pelo título deste artigo, possa parecer um estudante recém-graduado no curso de Desporto com especialização em Treinador Desportivo. “Quase lá!”. Sou um estudante licenciado em Economia que, em vez de querer fazer de imediato um Mestrado, decidiu fazer um interregno no seu percurso académico e “aventurar-se” no mercado de trabalho.

Claro está que senti algumas dificuldades nesta nova fase do meu percurso, pelo que o objetivo com este artigo é expressar a minha opinião em relação às principais ferramentas/skills que tiveram um papel fundamental no ingresso no mercado de trabalho e principalmente na adaptação às novas e desafiantes realidades e responsabilidades para as quais o mercado de trabalho nos encaminha.

Mas qual o motivo do uso da expressão “Trio d’Ataque”?

Como disse anteriormente e como seria de esperar senti dificuldades nesta fase do meu percurso que exigiram uma postura mais atacante para com as mesmas, uma postura que permitisse sair do “nosso meio-campo”, conseguir atacar a baliza adversária e, por conseguinte, atingir o principal objetivo. No Trio d’Ataque alinham então skills como a proatividade, comprometimento e trabalho em equipa.

A proatividade permite ter uma maior predisposição para a constante aprendizagem, aprendizagem essa assente no paradigma “aprender errando”. Ou seja, para errarmos precisamos de fazer e para fazermos necessitamos de ser proativos. Para além disso, a proatividade muitas vezes leva-nos a sair da nossa zona de conforto, o que nos permite desenvolver novas competências, processo fundamental para o nosso crescimento pessoal e profissional.

O trabalho em equipa pode parecer à primeira vista uma das softskills mais “banais”, mas reveste-se de uma elevada importância, sobretudo numa fase inicial, uma vez que conduz a uma maior e melhor integração na equipa de trabalho. Quanto maior for a capacidade de trabalho em equipa, melhor é a integração no grupo de trabalho, o que resulta em melhores aprendizagens fruto da intensificação da nossa relação com os nossos colegas de trabalho.

O comprometimento é a softskill-chave deste Trio. Continuando a analogia futebolística, é o “ponta de lança” que, com ajuda da proatividade e do trabalho em equipa, finaliza pleno de eficácia. Ter uma grande capacidade de comprometimento é, na minha opinião, a ferramenta que nos permite uma maior integridade com o propósito, visão e valores da empresa/instituição, a qual, aliada a todas as outras competências, permite desempenhar o nosso trabalho de forma apaixonada ao mesmo tempo que criamos impactos positivos nos que nos rodeiam.

Este Trio teve um papel fulcral para que fosse possível, não só o ingresso no mercado de trabalho, como também a superação de todas as adversidades inerentes à fase inicial de adaptação às novas realidades.

No entanto, o que seria a eficácia deste Trio d’Ataque se não existissem outras competências que lhe dessem um apoio consistente?!

A proatividade, o trabalho em equipa e o comprometimento por si sós não são suficientes e apenas conseguem ser eficazes com a ajuda de outras competências que desempenham também um papel fundamental. Essas outras competências são: a Resiliência, a capacidade de Adaptação, Ética, Responsabilidade, Simplicidade e Ambição. Constituem uma base de suporte importante ao Trio, como uma defesa e meio-campo sólidos, que permitem lidar e superar as adversidades naturais do desempenho das nossas funções e do nosso trabalho.
Se fosse para organizar estas softskills, colocaria a Resiliência, a Ética, Responsabilidade e capacidade de Adaptação na linha defensiva, uma vez que acredito terem sido aquelas que permitiram “não sofrer golos” e colocaria a Simplicidade e a Ambição na linha de meio-campo dado que foram ferramentas que permitiram criar ligações importantes para dar consistência e eficácia ao Trio d’Ataque.

No entanto, o que seria a eficácia deste Trio d’Ataque se não existissem outras competências que lhe dessem um apoio consistente?!

É importante salientar que não existem apenas duas ou três competências que unicamente irão produzir os efeitos que queremos. Existe sim uma combinação de várias competências que formam uma equipa, a qual trabalha em conjunto em prol de um objetivo. Claro está que em todas as equipas existem depois elementos-chave que se destacam, mas esses elementos destacam-se com ajuda da equipa. No caso, é o Trio d’Ataque quem tem esse destaque.

Ao longo do artigo dei um maior enfoque às softskills, dado que considero serem aquelas que tiveram uma maior importância e relevância e também pelo facto de considerar que são um tipo de ferramentas transversal às mais diversas áreas do mercado de trabalho. As hardskills são também importantíssimas, de facto, mas a sua influência já varia de área para área, não contribuindo para o objetivo do artigo.

Por outro lado, é importante deixar claro que todos nós não apresentamos ferramentas e competências iguais. Aquilo que partilho convosco neste artigo é um retrato de algumas das competências que senti que fizeram a diferença nessa fase extremamente desafiante da minha vida. O importante é que cada um de nós tenha uma boa capacidade de autoconhecimento para que consiga montar o seu 11 inicial, perceber quais as competências que são mais eficazes e quais são aquelas que poderão ajudar as outras a ser mais eficazes.

Porém, estou certo, que em todos nós haverá uma competência comum. Se todos nós desempenharmos as nossas tarefas com esforço, dedicação, persistência e paixão iremos sempre superar todas adversidades inerentes às nossas ambições, traduzindo-se numa única competência: a Excelência!