A pandemia tem vindo a afetar cada empresa de uma forma muito própria, relacionada com o nicho em que cada uma se enquadra, sendo umas mais afetadas do que outras.
Hoje em dia é importante sublinhar a grande necessidade de adaptação por parte das empresas a toda esta nova realidade de trabalho, de investimento e de consumo.
De facto, contínuas interrupções e restrições, da atividade económica têm demonstrado diversos efeitos negativos nas empresas, sendo um deles a violenta destruição de postos de trabalho que tem atingido números sem precedentes.
Não obstante, é fulcral entender como este novo paradigma também tem sido uma porta para novas oportunidades no mundo empresarial. Por exemplo, com a pandemia algumas empresas de FinTech beneficiaram do aumento da procura por serviços financeiros digitais.
É claro que estão a surgir importantes mudanças estruturais no contexto laboral. Com isto, a pergunta que se impõe é: quais as novas nuances do mercado de trabalho desencadeadas pela pandemia COVID-19?
Por um lado, uma das maiores mudanças que a pandemia nos trouxe foi o home office, que, do meu ponto de vista, é uma mudança que veio para ficar, dado que, por exemplo, a Liberty Seguros já declarou que irão ficar em teletrabalho de forma definitiva. No entanto, para outras empresas esta não é a solução ideal, visto que se apresentam barreiras, uma delas o facto de não conseguirem ter os mesmos níveis de produtividade.
Assim, as empresas que optam por ficar em teletrabalho necessitam de se reinventar de forma a conseguir gerir e motivar os seus trabalhadores, tendo os recursos humanos um papel fulcral no seu dinamismo.
Para além disso, com o trabalho remoto a distância deixa de ser um inconveniente, abrindo todo um mundo de hipóteses, onde é possível candidatarmo-nos a trabalhos em todo o mundo, sem termos de estar presentes fisicamente.
Por outro lado, é incontornável que esta pandemia veio a acelerar a digitalização e automatização e que a inteligência artificial tem vindo a ser usada a um ritmo crescente pelas empresas para otimizar as suas operações.
Como tal, o crescimento constante do mundo tecnológico traduz-se numa procura elevada das empresas por jovens com conhecimentos sólidos na área de tecnologias de informação. Segundo um estudo feito pelo Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional, as skills digitais representam 23% das skills totais procuradas pelos recrutadores, em 2020.
Hoje, todos aqueles que ingressam, ou procuram ingressar, no mercado de trabalho deparam-se com um mercado extremamente competitivo e exigente. A palavra desafio é uma constante na vida profissional, e é neste espírito que os futuros trabalhadores devem encarar estes tempos, com flexibilidade e com uma grande capacidade multifuncional.