A inflação pode ser definida como o aumento contínuo e generalizado dos preços e não meramente o aumento de um determinado preço. A inflação pode ser medida pelo Índice de Preços do Consumidor (IPC) delineada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Este fenómeno faz com que o valor da moeda tenda a diminuir, ou seja, com cinco euros compramos menos produtos hoje do que podíamos comprar ontem. Efetivamente, não é fácil sistematizar a análise do problema da inflação, devido à evidência de que as fontes de inflação costumam diferir em função das condições de cada país ou de cada época. Deste modo, a inflação em países subdesenvolvidos tem características diferentes quando comparamos com países desenvolvidos.
Existem três principais motivos que podem estar associados à inflação. Em primeiro lugar, a lei da oferta e da procura: se a procura for maior do que a oferta de um produto, o seu preço aumenta. Se a população tiver mais disponibilidade para comprar, há um aumento súbito da procura que, geralmente, não é acompanhado pela oferta, o que eleva os preços e intensifica a inflação. O mesmo acontece quando existe uma rutura nas cadeias de abastecimento, que origina uma quebra na produção e existe menos oferta disponível. Em segundo lugar, o aumento dos custos de produção: se as empresas tiverem um aumento no custo de produção – porque, por exemplo, o preço das matérias-primas aumenta, têm de pagar mais ou há excesso de dívidas -, isso vai refletir-se nos preços ao consumidor e a inflação sobe.
Em terceiro lugar, o excesso de dinheiro na economia: quando existe mais dinheiro a circular e a população está mais disponível para gastar, existe a tendência para uma subida generalizada dos preços, ou seja, existe uma tendência para a inflação subir. A inflação reduz o valor das poupanças e investimentos, caso não tenhamos uma rentabilidade acima da inflação. Diminui os nossos rendimentos, a não ser que o salário acompanhe o aumento de preços também com um aumento do nosso salário. Enfraquece o nosso poder de compra, como consequência da diminuição de rendimentos proveniente da diminuição do valor da moeda, logo iremos comprar menos. Ainda assim, num cenário extremo e prolongado, a inflação poderá levar ao aumento do desemprego. De uma forma muito simples mas esclarecedora, com o mesmo compra-se menos, consequentemente, produz-se menos o que origina menos emprego, gerando um ciclo económico negativo.
Logicamente, os governos tendem a procurar manter a inflação em níveis estáveis para que se promova o crescimento sem restringir abruptamente o poder de compra da moeda. Por exemplo, nos Estados Unidos da América, a maior parte da responsabilidade do controlo da inflação pertence ao Federal Open Market Committee, ligado ao Federal Reserve, que acaba por estabelecer a política monetária para alcançar os objetivos relacionados com os preços estáveis e o máximo emprego. Neste sentido, existem diversos métodos para que se tente controlar a inflação e a política monetária contracionista é um deles, em que se reduz a oferta monetária dentro de uma economia, aumentando as taxas de juros. Em consequência, isso leva a que haja uma desaceleração do crescimento económico, tornando o crédito mais elevado, reduzindo os gastos dos consumidores e das empresas. Por último, taxas de juros mais altas sobre os títulos do governo também acabam por reduzir o crescimento, fazendo com que se incentive os bancos e investidores a compre títulos do tesouro, que garantem uma taxa de retorno definida em substituição aos investimentos de ações mais arriscados.
Por fim, o Banco Central Europeu, instituição central da União Económica Monetária que orienta a política monetária, tem como objetivo a estabilização dos preços para assim existir um crescimento económico equilibrado e pleno emprego, adotando uma abordagem para a analise económica e monetária. Logo, pretende-se uma taxa de inflação na base dos 2% com o intuito de também evitar riscos de deflação.
Bibliografia:
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