O meu nome é Bernardo Caeiro Pires e frequentei o ISEG, entre 2015 e 2019, onde tirei a licenciatura de Gestão. Como qualquer outro estudante, percorri os mesmo corredores e frequentei as mesmas cadeiras que qualquer aluno da licenciatura de Gestão deve frequentar. No entanto, pude selecionar cadeiras optativas e uma das minhas escolhas foi Empreendedorismo. Uma cadeira em que a professora Ana Venâncio desafiou os alunos a desenvolverem projetos empreendedores em parceria com uma organização sem fins lucrativos de seu nome Junior Achievement Portugal (JAP) que desenvolve programas educativos para o empreendedorismo desde o ensino básico ao universitário. O programa específico para o universitário decorre em formato de mentoria e competição, de seu nome StartUp Programme.
Neste programa teríamos a possibilidade de identificar uma necessidade/problema/desejo e responder com uma solução diferenciadora, sempre acompanhados por mentores das empresas parceiras da JAP. Após debates e pesquisas, acabámos por desenvolver a KitchenLab, que se trataria de um espaço de aluguer de cozinhas para pequenos negócios (caseiros ou não), produtores locais, entre outros. Ao estabelecermos a necessidade e definirmos a solução, teríamos de responder a questões como: Onde seria? Como seria? Já existe algo parecido? Quem seriam as pessoas que utilizariam este espaço? Que estratégias poderíamos utilizar para divulgar o nosso espaço junto do nosso target? Que custos iriam surgir? Que receitas esperávamos ter? Qual o investimento inicial que precisaríamos para arrancar com o projeto?, entre outras. Durante todo o semestre realizámos diversas apresentações onde moldaríamos cada vez mais a nossa ideia.
No final do semestre, seríamos convidados a participar numa seleção, denominada de Pitch. Nesta fase, iríamos realizar uma apresentação (pitch) de 4 minutos em que deveríamos expor, perante um painel de jurados das empresas parceiras da JAP, os temas mais relevantes do nosso projeto de uma forma atrativa e entusiasmante. Sendo a pessoa mais comunicativa do grupo, fiquei encarregue da construção e realização do Pitch. Após a pressão e ansiedade causadas pelo momento, acabámos por ser uma das equipas selecionadas para a XII Competição Nacional do StartUp Programme que se iria realizar em Cascais.
No EEC fomos desafiados a melhorar o nosso projeto, quer no conteúdo quer na forma. Realizei novamente o Pitch melhorado e para um auditório internacional. Tivemos uma entrevista com jurados de empresas parceiras internacionais sobre o nosso projeto e ainda uma feira na qual pudemos apresentar e detalhar toda a nossa ideia perante jurados, membros de staff, membros de outras equipas e curiosos.
Pessoalmente, fui nomeado para o JA Europe Alumni Leadership Award que se traduziu numa entrevista com jurados para avaliar as nossas competências de liderança nos projetos que desenvolvemos. Acabámos por não receber nenhuma distinção nem prémio na gala final, mas creio que saímos de Oslo vencedores!
Nas diferentes fases do StartUp Programme desenvolvi, com a minha equipa, um projeto inovador, completo, com impacto e com reconhecimento quer nacional quer internacional, acabando com um primeiro lugar na Competição Nacional, uma participação no EEC e ainda uma nomeação para um prémio de Leadership da JA Alumni.
No entanto, a participação trouxe outras valências que poderão revelar-se ainda mais importantes. Apresentar competências de comunicação é crucial no mundo empresarial do século XXI. Se um profissional não consegue passar uma mensagem de forma clara e objetiva terá dificuldades significativas em ser capaz de trabalhar em equipa, de conduzir projectos, de ser assertivo, objectivo entre muitas outras. A oportunidade de criar um projeto permitiu-me explorar e lidar com as diferentes áreas essenciais numa empresa e isso traduziu-se numa perspectiva global dos diferentes “temas” que são essenciais numa empresa e o porquê de existirem. Participações em programas desta natureza permite acrescentar um plano prático a uma licenciatura que revelar-se-á muito útil no futuro profissional de qualquer aluno.